[...por volta das 01:15 da madrugada...
Desligo o celular e pego algo para escreve. Não posso perder isso.]
Aquele tempo no telefone conversando... verdades, mentiras e outras coisas. Não quero perder a sintonia daquele canal na minha cabeça. Quando pego o controle e mudo para aquele canal, eu consigo, de uma forma diferente, relaxar... Mesmo que ainda pensativo sobre um turbilhão de coisas que adquiro dia-a-dia sobre aquilo.
Cada novidade é como um novo perfume, cada um com seu cheiro e sensação particular, mas todas bem peculiares. Sensações indescritíveis e que não irão sair de dentro daquela garrafa que foi tampada com uma rolha e jogada ao mar, com um segredo dentro, à espera que alguém o encontre. E pode ser até que alguém o encontre, mas nunca entenderão da mesma forma que eu. Não. Esses não irão.
Nunca vi tão perto. Hoje, sou como uma cobra que apenas com um único sibilar, detecta aquela presença. Mesmo perto quão longe. É, mas sei esperar também como uma raposa à espera de um descuido da galinha para ter a sua janta de cada dia. Ou até um pássaro que comeu a esperança e para sempre terá ela dentro de si, mesmo que em vestígios.
Não é um porto seguro, mas uma pequena pista de pouso bem escondida no meio de uma mata fechada, onde somente alguns que realmente conhecem a área sabem onde fica. Além de poucos saberem onde essa pista fica, vários cansam de alçar voo para ver as mesmas coisas... Pena que estes não sabem procurar nos detalhes, pois, se olhassem bem, encantar-se-iam assim como eu. E tenho a certeza que continuarei me surpreendendo a cada pouso.
Poucas coisas me confortam como essa pequena e escondida pista de pouso... Quero que isso permaneça assim, intocável e indescritível, a não ser por metáforas bem comuns, mas não tão clichês como a de histórias cotidianas.
H./T.